Em um movimento que promete reconfigurar o cenário político brasileiro, os partidos União Brasil e Progressistas (PP) anunciaram oficialmente, nesta terça-feira (29), a criação da federação partidária União Progressista. A aliança, que deve ser registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nos próximos meses, já mira as eleições de 2026, com ambições de ocupar o Palácio do Planalto.
A "superfederação", como já é chamada nos bastidores políticos, nasce com números impressionantes: a maior bancada na Câmara dos Deputados (109 deputados), o maior número de prefeitos (quase 1,4 mil), a segunda maior bancada no Senado (14 senadores), seis governadores e a maior fatia dos fundos eleitoral e partidário, somando quase R$ 1,2 bilhão em recursos públicos (com base nos valores de 2024).
As federações partidárias são um modelo de aliança que une duas ou mais siglas, que passam a atuar como um único partido por, no mínimo, quatro anos. Apesar de manterem suas estruturas individuais, os partidos federados devem alinhar suas ações no Congresso e nas eleições, sob pena de sofrerem punições como a perda de fundos públicos e a impossibilidade de formar novas alianças.
Atualmente, três federações estão registradas no TSE: PT/PCdoB/PV, PSOL/Rede e PSDB/Cidadania (que já anunciou o rompimento, previsto para 2026). A União Progressista se junta a esse seleto grupo, com a promessa de ser a mais poderosa delas.
O evento de lançamento da aliança, realizado no Salão Nobre da Câmara dos Deputados, reuniu lideranças de diversos partidos, incluindo os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), pré-candidato à Presidência, discursou com entusiasmo, afirmando que a federação "vai subir a rampa do Palácio do Planalto" em 2027.
Inicialmente, a União Progressista terá um comando compartilhado entre os presidentes nacionais do União Brasil, Antonio de Rueda, e do PP, senador Ciro Nogueira (PI). Em dezembro deste ano, um comandante único será eleito.
A formação da "superfederação" já provoca debates sobre seu impacto nas eleições de 2026. A aliança, com sua força política e financeira, poderá influenciar significativamente a distribuição de poder no país. Internamente, membros das siglas defendem que a federação discuta a possibilidade de integrar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Nos próximos meses, os partidos se dedicarão à elaboração do estatuto da federação, definindo a divisão de comando e as instâncias da aliança. Após a aprovação interna, o documento será encaminhado ao TSE para registro oficial.